Sedese aborda qualificação profissional e diversidade na área de Tecnologia da Informação em webinário

Print

Na manhã desta última quarta-feira (10), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com a Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), promoveu um webinário sobre qualificação profissional na área de tecnologia da informação e comunicações (TIC). O evento contou com a participação de membros das subsecretarias de Trabalho e Emprego (Subte) e Direitos Humanos (Subdh) da Sedese, além da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), gestores da Fumsoft e profissionais de empresas mineiras que atuam na área.

A primeira parte do webinário foi marcada pelo lançamento do Caderno Setorial de Emprego e Qualificação no setor TIC em Minas Gerais. O material consolida os dados obtidos no estudo realizado pela Diretoria de Articulação e Planejamento da Educação Profissional da Sedese, em parceria com a Fumsoft, que teve o objetivo de analisar as informações sobre a estrutura do emprego na área de Tecnologia da Informação e Comunicação no estado, através do mapeamento da localização da distribuição da mão de obra especializada em Minas, além do perfil dos trabalhadores atuantes nesse mercado.

Os dados, que consideraram 16 atividades econômicas relacionadas à área, apontaram que 11 microrregiões de Minas Gerais concentram 90% dos trabalhadores de TIC, sendo que a microrregião de Belo Horizonte detém 60% dessa mão de obra. Os resultados também mostraram que perfil dos trabalhadores é semelhante em todo o estado: a maior parte dos trabalhadores são homens brancos, e grande parte dos trabalhadores (22,5%) ocupam postos de trabalho de nível técnico.

A desigualdade de gênero e raça é um dos principais pontos que devem ser trabalhados no setor, de acordo com Maíra Fernandes, mestre em Direito pela UFMG que atua com pesquisas na área de gênero e sexualidade e compõe a equipe da Coordenadoria Estadual de Políticas para as Mulheres da Sedese. “As mulheres estão inseridas no mercado de trabalho mas já enfrentam há anos a dificuldade de colocação profissional. Muitas oportunidades são baseadas em estereótipos, e muitos estão na área de serviços, majoritariamente domésticos. A remuneração, em todos os setores, também é desigual. Diante desses empecilhos, precisamos pensar se efetivamente existe inovação em um mundo sem diversidade. Romper as barreiras de gênero e raça são essenciais para reduzir a desigualdade - não só em MG, mas também no Brasil, uma vez que mais oportunidades promovem a diversificação dos produtos, aumento de independência financeira e, consequentemente, crescimento do poder de consumo, o que faz girar a economia do país”, analisa.

Minas Programando

Uma das estratégias que vai atuar na redução das desigualdades, evidenciadas a partir dos estudos do Caderno Setorial de Emprego e Qualificação, é o Minas Programando, iniciativa em desenvolvimento pelo Governo de Minas que visa a formação e qualificação de programadoras, desenvolvedoras e outras profissionais do segmento de TIC.

Atualmente, o projeto ainda é um esboço. Na concepção, ele é voltado para fomentar a empregabilidade de mulheres em situação de vulnerabilidade, através da oferta de qualificação profissional em territórios estratégicos de Minas. A ideia do programa é realizar 4 rodadas de cursos, entre 2021 e 2022, em 14 microrregiões mineiras com potencial para desenvolver as atividades. Os cursos seriam ofertados através do programa Novos Caminhos, com recursos próprios e também através de chamada pública. Ao final de 2022, a expectativa é que cerca de 2 mil mulheres em situação de vulnerabilidade tenham sido atendidas pelo Minas Programando.
O Programa tem o objetivo de aumentar a empregabilidade do estado, uma vez que prevê incentivo e reconhecimento de empresas que aderirem ao projeto, além de possibilitar novas trajetórias de vida para mulheres mineiras, aumentando a autoestima e incentivando o acesso à educação formal.

Desafios para o setor

A terceira parte do webinário foi marcada por uma mesa redonda com representantes do setor de TIC sobre os desafios enfrentados pela área causados pela escassez de mão de obra qualificada e quais impactos as empresas têm sofrido. A mesa foi composta por Leonardo Guerra, diretor da Fumsoft e responsável pela mediação; Anna Martins, CEO do Orbi Conecta; Samira Ferraz, presidente do Instituto Umbrella e Harlen Duque, presidente da Sucesu Minas e Sucesu Nacional.

Para Gilmar Cota, Diretor de Articulação e Planejamento da Educação Profissional da Sedese, o diálogo entre o governo e o setor produtivo é fundamental para que as políticas públicas sejam efetivas, e os pontos abordados no webinário são a porta de entrada para o aprimoramento dessas ações. “Com base no que foi pontuado, nossa ideia é abrir um canal de diálogo permanente, de forma que consigamos retomar a execução de projetos de forma presencial, quando liberado pelas autoridades de saúde. Nossa ideia é reunir as informações que estão no Caderno Setorial com considerações feitas pelo setor produtivo, criando um suporte que será utilizado nas decisões de implantação e execução das políticas públicas e iniciativas de qualificação existentes no estado”, afirma.

O webinário completo, com todos os temas discutidos, está disponível no YouTube e no Facebook da Sedese. O Caderno Setorial de Emprego e Qualificação também está disponível para acesso.