Instituições produzem atividades esportivas para alunos com deficiência

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Mesmo diante do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, o trabalho realizado por instituições de apoio a pessoas com deficiência não parou. Através de um edital, lançado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) em 2019 por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte com o objetivo de criar Núcleos de Fomento ao Paradesporto, as instituições estão oferecendo as atividades de forma virtual para os alunos. O objetivo é dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos antes do período de isolamento social, além de fortalecer o contato com alunos e seus familiares.

O edital foi elaborado para que as atividades fossem realizadas presencialmente. Porém, devido à pandemia de Covid-19, foi adaptado para permitir que que cada executor contemplado pudesse escolher entre três formas de atuação durante o período de isolamento social: teletrabalho, adiantamento de férias ou suspensão temporária do termo/convênio. Em Três Pontas, região Sul do Estado, a opção da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) foi pelo teletrabalho. Os conteúdos são produzidos em vídeos, e postados na internet em um canal do YouTube criado exclusivamente para este fim. A Associação desenvolve conteúdos que estimulam a prática de atividades físicas, envolvendo inclusive música. Com o recurso, a APAE realizou a contratação de um professor e um estagiário, que além de criar o conteúdo, fazem o acompanhamento da execução das atividades.

Para a superintendente da APAE de Três Pontas, Maria Rosilda Reis, as atividades remotas têm funcionado, e estão acontecendo de forma divertida. Segundo ela, pelo menos 96% dos alunos estão participando ativamente do projeto. “Criamos uma rotina para postar os vídeos, e inclusive existem alguns desafios, que motivam ainda mais os alunos, principalmente porque eles já gostam muito de rede social, então a linguagem e o formato ajudam bastante. Fazemos com que seja uma forma de entretenimento, que seja prazeroso. Essa modalidade de trabalho também aproximou e uniu mais as famílias, que antes não tinham um contato tão frequente com os alunos. Tem sido muito positivo”, comemora.

No município de Turmalina, na região do Vale do Jequitinhonha, o termo com a Associação de Promoção ao Lavrador e Assistência ao Menor (APLAM) foi viabilizado via emenda parlamentar, e o objetivo principal é fomentar a prática de esporte, principalmente do futebol. O contato com os alunos e as atividades são repassadas às famílias através de três grupos no aplicativo de mensagens WhatsApp.

O coordenador da unidade, Valtermir Assis de Castro, destaca que as atividades remotas são uma das principais aliadas contra a ociosidade. “As videoaulas são preparadas e enviadas no grupo, e as crianças fazem de casa. Como nosso conteúdo é voltado para o futebol, que é uma modalidade que eles gostam bastante, o retorno que temos recebido dos pais tem sido bom, principalmente porque ajuda a ocupar a mente dos alunos. O isolamento impôs um cenário em que as crianças ficam muito ociosas, e isso é prejudicial. Então, dessa forma, conseguimos fazer com que elas se mantenham ativas, explica.

Com o recurso da emenda, a APLAM de Turmalina contratou um coordenador, monitor, preparador de goleiros e secretária administrativa, para atingir a meta de atendimento de 200 beneficiários.